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Terapia Cognitivo-Comportamental

       A terapia cognitivo-comportamental é uma psicoterapia estruturada, voltada para o presente, direcionada para a solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Tem sido amplamente utilizada desde que foram publicados os seus primeiros estudos científicos, em 1977. As psicoterapias cognitivas são resultantes principalmente do trabalho de Aaron Beck e Albert Ellis.

       Cada pessoa vai construindo, a partir de aprendizados decorrentes de experiências ao longo da vida, uma forma de pensar, de sentir e de se comportar. Beck e Ellis sugerem que o comportamento é resultante das cognições que o sujeito possui a respeito de si mesmo e do mundo que o cerca.

    A terapia cognitivo-comportamental está baseada no modelo cognitivo, considerando que as emoções, os comportamentos e a fisiologia das pessoas são influenciadas pelas suas percepções dos eventos. Dessa forma, considera-se que não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas a sua interpretação da situação. A forma como as pessoas se sentem emocionalmente e a forma como se comportam estão diretamente associadas às suas interpretações. Diante disso, aponta-se que os pensamentos influenciam os sentimentos e os comportamentos.

       O modelo cognitivo propõe que as dificuldades psicológicas decorrem de um modo disfuncional ou distorcido de perceber os acontecimentos. Essa percepção distorcida afeta as emoções e o comportamento. O tratamento cognitivo busca então proporcionar mudanças nos pensamentos e nas crenças dos pacientes, ocasionar mudanças emocionais e comportamentais consequentemente.

       Realiza-se uma conceitualização cognitiva, que representa a formulação de caso segundo o modelo cognitivo das emoções, pensamento e comportamentos diante das suas inter-relações. Utiliza-se dessa conceitualização para a realização de um planejamento adequado e eficaz da terapia, diante do entendimento das distorções cognitivas e dos consequentes comportamentos mal-adaptativos.

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As terapias cognitivo-comportameintais podem ser classificadas em três divisões:

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1) terapias de habilidades de enfrentamento, que enfatizam o desenvolvimento de um repertório de habilidades que objetivam fornecer ao paciente instrumentos para lidar com uma série de situações problemáticas;

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2) terapia de solução de problemas, que enfatiza o desenvolvimento de estratégias gerais para lidar com uma ampla variedade de dificuldades pessoais; e

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3) terapias de reestruturação, que enfatizam a pressuposição de que problemas emocionais são uma conseqüência de pensamentos mal adaptativos, sendo a meta do tratamento reformular pensamentos distorcidos e promover pensamentos adaptativos.

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Ao longo de todo tratamento, utiliza-se a psicoeducação diante de uma abordagem colaborativa, com o intuito de ensinar os pacientes a:

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1) monitorar e identificar pensamentos automáticos;

2) reconhecer as relações entre cognição, afeto e comportamento;

3) testar a validade de pensamentos automáticos e crenças centrais;

4) corrigir conceitualizações tendenciosas, substituindo pensamentos distorcidos por cognições mais realistas; e

5) identificar e alterar crenças, pressupostos ou esquemas subjacentes a padrões disfuncionais de pensamento.

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Referência:

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BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

CAMINHA, Renato. et al. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: teoria e prática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2015.

KNAPP, Paulo; BECK, Aaron. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 30, n 2, p. 54-64, 2008.

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